segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Medo do chefe faz mal à saúde; veja causas do sentimento

27 de outubro de 2008 às 16:39
Por Karin Sato - InfoMoney


SÃO PAULO - A palavra "chefe", em si, carrega um simbolismo muito forte. Em um passado não muito distante, chefe era aquele que gritava, humilhava e rasgava cópias de projetos. Fazia tudo isso em nome da ordem na casa. Eram os resquícios do fordismo, segundo o qual os funcionários de uma empresa não precisavam "pensar", apenas operar e produzir muito.

Os tempos mudaram. Hoje, com o acirramento da competitividade nas empresas, os profissionais passaram a ser chamados de talentos e os empresários se deram conta da importância do capital intelectual para sobreviverem. É o fim das humilhações. Será? Não. Muitos ainda têm medo do chefe e líderes que não nasceram para liderar preferem exercer o cargo à moda antiga.

O chefe durão
"Tem chefe que é durão porque teme que alguém venha a ocupar seu cargo, o que é besteira. E pessoas assim fazem mal aos funcionários. Tudo que é simples toma uma dimensão desproporcional", afirma o sócio da consultoria de processos seletivos Steer Recursos Humanos, Ivan Witt. "Pode ser que alguns chefes tenham essa postura porque obtiveram resultados positivos no passado, então tendem a pensar que o sucesso está ligado a esse tipo de comportamento".

O resultado é negativo para o funcionário, que deixa de ser participativo. "Se o chefe dá cinco tiros toda vez que alguém fala, então como alguém se disponibilizaria para dar sua opinião?", questiona Witt. Além disso, o profissional não consegue ser produtivo em ambientes nos quais se sente hostilizado. "Em ambientes favoráveis, erros também acontecem, mas são vistos como oportunidades para melhorias".

Se o profissional já tentou conversar com o chefe a respeito do problema, mas não conseguiu, deve começar a procurar outro emprego antes que apareçam as doenças psicossomáticas (causadas por sentimentos negativos como o estresse e a tristeza). É o caso da gastrite e das alergias, por exemplo.

Quando medo não é real
O especialista em Carreiras alerta que é normal que os líderes façam observações daquilo que não saiu a contento. "Afinal, ele é responsável pelo trabalho de todos que reportam a ele e deve ser atendido da melhor maneira possível. Não conheço chefe que não gosta de bons resultados".

"O que causa estranheza é a barreira do medo, a qual nem sempre é imposta pelo chefe. Muitas vezes, as próprias pessoas criam uma percepção de medo. Pode ser que tenham tido um histórico negativo no que se refere a chefes, mas não significa que todos os líderes sejam injustos", pondera Witt. "Antes, os chefes colocavam suas opiniões à força. Hoje, não tem mais espaço para isso. Pessoas com esse estilo de liderança estão fadadas ao fracasso".

Então, fica o recado: antes de temer o chefe, achar que será demitido, ou ter receio de dar suas opiniões, reflita sobre o fundamento desse sentimento, o medo.



by: Cecília Monteiro

A falta de tempo dos executivos não é verdade

Artigo publicado por Sandra Regina Inácio em 26/10/08 no Diretório de Artigos - Artigonal

Pesquisa da Manager confirma o senso comum. O executivo brasileiro é um homem ou mulher sem tempo. Tivesse tempo, buscaria o que tanto precisa: informação, conhecimento e novas competências. Mas não será a falta de tempo mais um mito da vida de executivo?
Talvez tudo se resuma a uma questão de estilo. Quando um executivo ascende a um cargo importante, o pacote já vem pronto: carro, secretária, agenda lotada e assistência médica, para as primeiras pontes de safena. Dai em diante, a cordialidade e a disponibilidade desaparecem. Em seu lugar, o executivo tem de parecer ocupado e distante, o relógio no pulso e o mundo nas costas. Executivos estão sempre com a mente no trabalho e os olhos no relógio. Nesta era turbulenta e incerta, a obsessão pelo trabalho foi glamourizada e transformada em estilo de vida. A ansiedade tornou-se estado (permanente) de espírito e o. tempo tornou-se moeda escassa.

A atitude das pessoas diante do tempo é curiosa. Alguns tentam culpá-lo por todas as coisas que não são feitas. Por que, afinal, o dia não tem 30 horas, outros se organizam para mais bem aproveitar suas 24 horas. E é por isso que termino o artigo concordando plenamente com a autora e o filósofo Michel Setres, que sugeriu: "Agora, todo mundo tem relógio e ninguém tem tempo. Troque um pelo outro: dê o seu relógio e aproveite o seu tempo".